Histórias

Nesta cidadezinha, metade das casas são alugadas para férias: depois do Verão, só resta um morador nativo

Quando Norman Thomas se mudou para a bela vila costeira de Cym-yr-Eglwys, na costa de Pembrokeshire, no País de Gales, há 55 anos, esta era uma comunidade próspera com fazendas, lojas e cinco pubs movimentados.

Mas a maioria das suas casas vizinhas foram compradas como residências secundárias por estrangeiros atraídos pelas praias premiadas e microclima quase mediterrâneo.

Agora, o viúvo de 88 anos é o único galês que resta em Cwm-yr-Eglwys, assim como um dos poucos residentes que lá vivem o ano inteiro.

Quando o verão acaba, Norman diz que os seus vizinhos voltam para as suas casas urbanas, deixando a vila estranhamente silenciosa durante a maior parte do ano.

“Há 10 anos começou a ficar difícil, não havia luzes nas casas à noite. Parece tão escuro e frio no inverno porque não há muitas pessoas. Não se vê ninguém, pode-se conduzir com os olhos fechados porque não há ninguém na estrada. Há três casas ocupadas e eu sou o único “local local”, disse Norman.

Norman reside numa casa de quatro camas com vista para a praia que pertence à família da sua falecida esposa desde 1919. Ele mudou-se para lá na década de 1960 e criou os quatro filhos lá.

De cerca de 50 propriedades na vila, a maioria é agora casas de férias e estima-se que 1/3 valha mais de 1 milhão de libras.

Uma deles foi vendido recentemente por 1,3 milhão de libras, quase sete vezes a média nacional.

Mas Norman afirma ser o último a falar galês ali. “Não ouve uma palavra de galês aqui agora”, lamenta.

Os outros dois únicos residentes permanentes, Elizabeth e Harry Broughton, também estão na casa dos 80 anos e vieram de Lancashire para a vila em 1968. “Eles não estão a causar nenhum dano. Na verdade, eles gastam muito dinheiro aqui a construir casas melhores. Conhecemos toda a gente que vem aqui. São boas pessoas”, comentou Normal.

“Mas não há trabalho nenhum aqui. Havia quando eu era mais jovem. Tínhamos 62 fazendas espalhadas pela paróquia e agora não há um único produtor de leite. Todos desistiram porque não conseguiam fazer com que valesse a pena”, acrescentou.

“Muitas das fazendas menores fecharam e uniram-se para fazer unidades maiores. Costumava haver quatro ou cinco mercearias na aldeia – agora são duas. Havia um ferreiro aqui, que se foi. Havia cinco pubs aqui e agora são apenas dois. Tenho um amigo que precisa de viajar cerca de 60km por dia para encontrar trabalho. No inverno, é mesmo muito difícil”, concluiu Norman.

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