A família é tudo, e ao que parece, os netos podem realmente ajudar os seus avós a melhorar a sua saúde física e mental.
À medida que envelhecemos, ficamos mais expostos a uma variedade de problemas de saúde (tanto mentais quanto físicos), e um dos problemas de saúde mental mais comuns que vêm com a velhice é a demência.
A demência envolve um conjunto de sintomas relacionados com perda de memória ou a deterioração de algumas habilidades mentais, afetando as capacidades básicas usadas para realizar tarefas diárias, como conduzir, usar utensílios e até mesmo o simples ato de abotoar e desabotoar botões da roupa.
Eventualmente, esta doença tão temida tira ao indivíduo a capacidade de cuidar de si mesmo, sendo um grande e rude golpe não apenas para a pessoa que recebe o diagnóstico, mas também para toda a família que tem que ver o seu ente querido “desaparecer” lentamente.
A boa notícia é que um estudo descobriu que cuidar de crianças pequenas pode prevenir a demência e a doença de Alzheimer nos idosos.
Na investigação realizada pelo Projeto de Envelhecimento da Mulher na Austrália e publicada no jornal da Sociedade Norte-Americana de Menopausa, foi revelado que as avós que cuidam dos netos pelo menos uma vez por semana têm melhores habilidades cognitivas do que as que não o fazem.
O teste envolveu dar três testes cognitivos a 186 mulheres que se encontravam na fase de pré-menopausa. Entre estas, 120 eram avós, e maioria das que cuidavam dos seus netos tiveram um desempenho melhor no teste de habilidades cognitivas.
Como resultado, muitos cientistas acreditam que passar o tempo a cuidar dos netos tem impacto positivo nos avós, prolongando a vida dos mesmos. Pode mesmo ser uma das chaves para reduzir os riscos de ter a doença de Alzheimer ou demência!
No entanto, assim como tudo o mais, cuidar de crianças em excesso não é bom. A investigação também descobriu que as avós que cuidam de netos 5 ou mais dias por semana apresentaram pontuações mais baixas.
Na verdade, esta não é a primeira pesquisa feita que mostra os efeitos positivos de uma relação próxima e equilibrada entre avós e netos.
Uma investigação anterior do Institute on Aging at Boston College estudou 376 avós e 340 netos, que foram observados ao longo de 19 anos, e os resultados mostraram que quanto mais próxima for a relação entre um avô e um neto, menores são as probabilidades do avô desenvolver depressão. Ter uma quantidade razoável de interação social é benéfico para os idosos, para ajudar a manter o cérebro saudável.
Além dos benefícios do forte vínculo entre avós e netos para a saúde mental dos avós, existem também alguns benefícios físicos, segundo outros estudos.
O Berlin Aging Study, publicado na revista Evolution and Human Behavior, observou mais de 500 pessoas com mais de 70 anos e concluiu que os avós que cuidam dos seus netos têm uma taxa de mortalidade mais baixa do que aqueles que não o fazem.
Os cientistas postulam que isso provavelmente se deve ao facto de que o esforço físico de cuidar de crianças pequenas e ajudar com os deveres de casa mantém os idosos ocupados e ativos, o que é uma das chaves para uma vida mais longa.
No entanto, exagerar também pode ter um efeito prejudicial à saúde. “Devem certificar-se que encontram o equilíbrio certo entre obter os benefícios positivos de fazer uma atividade suficiente para ajudar os necessitados e evitar fazer muito e chegar ao ponto em que a atividade deixa a pessoa excessivamente stressada”, explicou um especialista.
Como o estudo em questão não testou avós que cuidam dos seus netos a tempo inteiro, parece mais seguro limitar as tarefas.
Em conclusão, contando que cuidar dos netos não aconteça com demasiada frequência a ponto de se tornar uma fonte de ansiedade e exaustão, pode ser benéfico para o bem-estar físico e mental dos avós.
Uma relação familiar mais forte é sempre uma coisa boa, e a ciência adicionar ainda mais razões para nos mantermos próximos dos nossos familiares é apenas um bónus.
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