Antônio Carlos da Silva, que pensou que tinha encontrado um irmão mais novo ao fim de 27 anos, acabou de descobrir que foi enganado.
Quando tinha 6 anos, em 1993, fugiu de casa depois de assistir a uma agressão do seu padrasto à mãe, em Juazeiro do Norte, Ceará, tendo-se escondido e adormecido dentro de um autocarro.
Ao acordar, viu-se perdido em Fortaleza, a 400km da sua casa, e passou os 27 anos que se seguiram a procurar a família, em especial a mãe.
Recentemente, um homem chamado Clécio contactou-o depois de ver panfletos que Antônio espalhou por várias cidades a dizer “Procuro a minha mãe” com duas fotografias, uma sua em bebé e um atual.
Clécio apresentou-se como o irmão mais velho, que tinha nascido depois de Antônio desaparecer.
A história do reencontro tornou-se conhecida e deixou muitas pessoas emocionadas, até que um amigo de Antônio, que o estava a tentar ajudar a encontrar a família há muito tempo, desmascarou Clécio.
Então, Clécio enviou vários áudios a Antônio a pedir desculpa por ter mentido e a dizer que nem sabe porque decidiu inventar aquela mentira.
“Só tenho de pedir perdão. Desculpa-me. Não devia ter feito isto. Estou a tentar falar com o Bernardo, mas não estou a conseguir”, disse Clécio.
Bernardo é o pai adotivo de Antônio, fundador da Associação Pequeno Nazareno, que o acolheu quando o conheceu em Fortaleza após este ter passado por diversos abrigos e até dormido na rua.
“Ficámos todos estarrecidos. O Clécio fez chamadas de vídeo connosco, conversou, mostrámos a nossa família, ele enviou fotografias dos irmãos, disse que já lhes tido dito que o Antônio estava vivo. Ele brincou com as esperanças do meu filho”, disse Bernardo.
Clécio chegou a enviar a Antônio fotografias da sua suposta família, mas nunca chegou a dar nenhum contacto para que ele pudesse falar diretamente, o que levantou algumas suspeitas.
Quando o amigo de Antônio decidiu investigar melhor a história, acabou então por descobrir toda a mentira.
Antes de ser desmascarado, Clécio disse a Antônio que a mãe tinha falecido em 2017, vítima de cancro, mas que a avó continua viva e a morar em Pernambuco.
Agora, Antônio voltou à busca da família perdida, com esperança que a mãe Geane ainda esteja viva.
“Morreu uma esperança mas nasceram muitas outras. Vou continuar a luta. Isto não vai acabar assim não. Desta vez, vou até ao fim”, disse o jovem.
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